A ética da revolta de Albert Camus e o ato de jogar: aproximações teórico-filosóficas com a atuação do jogador no fenômeno “jogo”
The ethics of Albert Camus's Revolt and the act of playing: theoretical-philosophical approaches to the player's performance in the Game phenomenon
A ética da Revolta de Albert Camus e o ato de jogar: aproximações teórico-filosóficas com a atuação do jogador no fenômeno Jogo
Resumen (es)
O jogo é entendido enquanto um fenômeno complexo, em que a ação do jogador se caracteriza pela eticidade, uma vez que, além de expressar sua subjetividade, visa à boa vida (no caso do jogo, o prazer e a vitória). Assim, o caráter ético da ação do jogador se constitui em um ambiente de jogo, local que a imprevisibilidade, a dinâmica e as novas organizações estão presentes. Dessa maneira, faz parte da função do jogador compreender o ambiente em que ele se encontra, ou seja, entender como as organizações do jogo ocorrem. De modo semelhante, o conceito chamado de “absurdo”, criado por Albert Camus, filósofo franco-argelino, assemelha-se a essa demanda do entendimento do meio em que se vive, ao exaltar a tomada de consciência. Como consequência, segundo ele, o único movimento possível, posterior à compreensão do absurdo é a revolta, ação pautada na expressão do sujeito, com vistas à justiça, à coletividade e à unidade, baseando-se em limites que não devem ser ultrapassados. A partir disso, portanto, pensa-se na possibilidade de entender o jogador enquanto um homem revoltado no jogo, buscando, dada a identificação do meio em que se está, o sucesso de sua equipe, através de suas ações.
Resumen (en)
The game is an complex phenomenon, that the player's action is characterized by ethics, since, in addition to expressing his subjectivity, it aims at the good life (in the case of the game, pleasure and victory). Thus, the ethical character of the player's action constitutes a game environment, a place where unpredictability, dynamics and new organizations are present. In this way, it is part of the role of the player to understand the environment in which he finds himself, that is, to understand how the organizations of the game take place. In a similar way, the concept called Absurd, created by Albert Camus, a French-Algerian philosopher, is similar to this demand for understanding the environment in which lives, by exalting awareness. As a consequence, according to him, the only possible movement, subsequent to the understanding of the Absurd is the Revolt, an action based on the expression of the subject, aiming at justice, collectivity and unity, based on limits that must not be exceeded. From this, therefore, we think about the possibility of understanding the player as a man revolted in the game, seeking, through the identification of the environment, the success of his team, through his actions.
Resumen (pt)
O jogo é entendido enquanto um fenômeno complexo, em que a ação do jogador se caracteriza pela eticidade, uma vez que, além de expressar sua subjetividade, visa a boa vida (no caso do jogo, o prazer e a vitória). Sendo assim, o caráter ético da ação do jogador se constitui em um ambiente de jogo, local que a imprevisibilidade, dinâmica e novas organizações são presentes. Dessa maneira, faz parte da função do jogador compreender o ambiente em que ele se encontra, ou seja, entender de que maneira as organizações do jogo se dão. De maneira semelhante, o conceito chamado de Absurdo, criado por Albert Camus, filósofo franco-argelino, se assemelha a essa demanda do entendimento do meio em que se vive, ao exaltar a tomada de consciência. Como consequência, segundo ele, o único movimento possível, posterior à compreensão do Absurdo é a Revolta, ação pautada na expressão do sujeito, visando a justiça, coletividade e unidade, se baseando em limites que não devem ser ultrapassados. A partir disso, portanto, pensa-se na possibilidade de entender o jogador enquanto um homem revoltado no jogo, buscando, dada a identificação do meio em que se está, o sucesso de sua equipe, através de suas ações.
Referencias
Azevedo, P. I. S. (2017). Do absurdo à revolta em Albert Camus. [Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Ceará]. https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/36348
Caillois, R. (2017). Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Edições Cotovia. Ltda.
Camus, A. (2018). O homem revoltado (12 ed). Record.
Camus, A. (2019a). O mito de Sísifo (17 ed). Record.
Camus, A. (2019b). A peste (27 ed). Record.
Ferguson, A. (2016). Liderança. Intrínseca.
Freire, J. B. (2002). Jogo: entre o riso e o choro. Autores Associado.
Freire, P. (2019). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa (62 ed). Paz e Terra.
Godoy, L. B., Leonardo, L. e Scaglia, A. J. (2022). Do macro ao micro: os vários jogos que compõe o jogo. Motrivivência, 34(1), 1-22. https://doi.org/10.5007/2175-8042.2022.e87101
Huizinga, J. (2019). Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Perspectiva.
La Taille, Y. (2006). Moral e ética: dimensões intelectuais e afetivas. Artmed.
Leonardo, L. e Scaglia, A. J. (2022). “Temos que devolver o jogo ao(à) jogador(a)”: as dimensões éticas e morais da pedagogia dos esportes coletivos a partir de abordagens baseadas no jogo. Movimento, 28(1), 1-21. https://doi.org/10.22456/1982-8918.119990
Leopoldo e Silva, F. (2000). Arte, subjetividade e história em Sartre e Camus. Olhar, São Carlos, 2(3), 9-23.
Leopoldo e Silva, F. s/d.. A dimensão metafísica da revolta. Arthusa. https://arethusa.fflch.usp.br/node/18
Pimenta, D. R. (2016). Entre o absurdo e a revolta: por uma proposta filosófica para o ensino de filosofia pensada a partir de Albert Camus. [Tese Doutorado, Universidade Estadual de Campinas]. https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/967126?guid=1647999591466&returnUrl=%2fresultado%2flistar%3fguid%3d1647999591466%26quantidadePaginas%3d1%26codigoRegistro%3d967126%23967126&i=1
Ricoeur, P. (2014). O si-mesmo como outro. WMF Martins Fontes.
Sartre, J. P. (2015). O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica (24 ed). Vozes.
Scaglia, A. J. (2005). Jogo: um sistema complexo. Em J. B. Freire e S. Venâncio (eds.), O jogo dentro e fora da escola. Autores Associados. p.37-69.
Scaglia, A. J. (2017). Pedagogia do jogo: o processo organizacional dos jogos esportivos coletivos enquanto modelo metodológico para o ensino. Revista portuguesa de ciências do desporto, S1A:27-38. https://doi.org/10.5628/rpcd.17.S1A.27
Scaglia, A. J., Reverdito, R. S., Leonardo, L. e Lizana, C. J. R. (2013). O ensino dos jogos esportivos coletivos: as competências essenciais e a lógica do jogo em meio ao processo organizacional sistêmico. Movimento, 19(4), 227-249. DOI: 10.22456/1982-8918.37893
Scaglia, A. J., Silva, L. F. N., Lima Junior, J. B. G., Goes, A. L. e Machado, J. C. (2021). Pedagogia do jogo: bases conceituais e epistemológicas. Em E. I. Silva e P. A. Silva (orgs.), A cultura e a pedagogia da rua nas aulas de Educação Física escolar: implicações para prática docente (pp. 47-73). Alexa Cultural.
Von Zuben, M. D. C. e Medeiros, R. R. (2013). Nietzsche e a educação: autonomia, cultura e transformação. Trilhas Filosóficas, 6(1), 71-93.
Zagallo, M. J. L. (1971). As lições da Copa. Bloch Editôres.
Cómo citar
Licencia
Derechos de autor 2023 Cuadernos de Filosofía Latinoamericana

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Los autores mantienen los derechos sobre los artículos y por tanto son libres de compartir, copiar, distribuir, ejecutar y comunicar públicamente la obra bajo las condiciones siguientes:
Reconocer los créditos de la obra de la manera especificada por el autor o el licenciante (pero no de una manera que sugiera que tiene su apoyo o que apoyan el uso que hace de su obra).
Cuadernos de Filosofía Latinoamericana está bajo una licencia Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0 Internacional (CC BY-NC-SA 4.0)
La Universidad Santo Tomás conserva los derechos patrimoniales (copyright) de las obras publicadas, y favorece y permite la reutilización de las mismas bajo la licencia anteriormente mencionada.