Adolescencia y socialización: construcciones desde el rap
Adolescence and socialization: constructions from rap
Adolescência e socialização: construções a partir do rap
Abstract (en)
This paper seeks to identify the expression of socialization in rap lyrics, reflecting its possible results and influence for adolescents from peripheral communities. It is a qualitative and documentary research that analyzed musical excerpts from São Paulo rap, based on the theoretical framework of the English psychoanalyst D. W. Winnicott. It was found that rappers tend to assume the role of identification models for this population, who share experiences that support a relationship of brotherhood, belonging and that contribute to the organization of personal identity. It was concluded that the musical genre of rap can act as a facilitator of the socialization experience of adolescents from peripheral communities, also contributing to the emotional development of this population.
Abstract (es)
Este trabajo busca identificar la expresión de la socialización en las letras del rap, reflejando su posible despliegue e influencia para los adolescentes de las comunidades periféricas. Se trata de una investigación cualitativa y documental que analizó fragmentos de música rap de São Paulo, basándose en el marco teórico del psicoanalista inglés D. W. Winnicott. Se verificó que los raperos tienden a asumir el papel de modelos de identificación para esta población, que comparte experiencias que sostienen una relación de hermandad, pertenencia y que contribuyen a la organización de la identidad personal. Se concluyó que el género musical rap puede actuar como elemento facilitador de la experiencia de socialización de los adolescentes de comunidades periféricas, contribuyendo también al desarrollo emocional de esta población.
Abstract (pt)
O presente trabalho busca identificar a expressão da socialização em letras de rap, refletindo seu possível desdobramento e influência para os adolescentes das comunidades periféricas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e documental que analisou excertos musicais de rap paulistano, a partir do referencial teórico do psicanalista inglês D. W. Winnicott. Verificou-se que os rappers tendem a assumir o papel de modelos de identificação para essa população, a qual divide experiências que sustentam uma relação de irmandade, pertencimento e que contribuem para a organização da identidade pessoal. Concluiu-se que o gênero musical rap pode atuar como um elemento facilitador para a experiência da socialização para os adolescentes das comunidades periféricas, contribuindo também para o desenvolvimento emocional dessa população.
References
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Recibido: 6 de mayo de 2021; : 17 de enero de 2022; Aceptado: 12 de agosto de 2022
Resumo
O presente trabalho busca identificar a expressão da socialização em letras de rap, refletindo seu possível desdobramento e influência para os adolescentes das comunidades periféricas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e documental que analisou excertos musicais do rap paulistano, a partir do referencial teórico do psicanalista inglês D. W. Winnicott. Verificou-se que os rappers tendem a assumir o papel de modelos de identificação para essa população, a qual divide experiências que sustentam uma relação de irmandade, pertencimento e que contribuem para a organização da identidade pessoal. Concluiu-se que o gênero musical “rap” pode atuar como um elemento facilitador para a experiência da socialização para os adolescentes das comunidades periféricas, contribuindo também para o desenvolvimento emocional dessa população
Palavras-chave
socialização, hip-hop, Winnicott, Donald Woods.Resumen
El trabajo busca identificar la expresión de la socialización en las letras del rap, reflejando su posible despliegue e influencia para los adolescentes de las comunidades periféricas. Se trata de una investigación cualitativa y documental que analizó fragmentos de música rap de São Paulo, basándose en el marco teórico del psicoanalista inglés D. W. Winnicott. Se verificó que los raperos tienden a asumir el papel de modelos de identificación para esta población, que comparte experiencias que sostienen una relación de hermandad, pertenencia y que aporten a la organización de la identidad personal. Se concluyó que el género musical “rap” puede actuar como elemento facilitador de la experiencia de socialización de los adolescentes de comunidades periféricas, contribuyendo también al desarrollo emocional de esta población.
Keywords
socialización, hip-hop, Winnicott, Donald Woods.Abstract
This paper seeks to identify the expression of socialization in rap lyrics, reflecting its possible results and influence for adolescents from peripheral communities. It is a qualitative and documentary research that analyzed musical excerpts from São Paulo rap, based on the theoretical framework of the English psychoanalyst D. W. Winnicott. It was found that rappers tend to assume the role of identification models for this population, who share experiences that support a relationship of brotherhood, belonging and that contribute to the organization of personal identity. It was concluded that the musical genre of rap can act as a facilitator of the socialization experience of adolescents from peripheral communities, also contributing to the emotional development of this population.
Keywords
Socialization, Hip-Hop, Winnicott, Donald Woods.Introdução
La A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano marcada por particulares mudanças físicas e emocionais. Transformação corporal, início da capacidade sexual, busca por autonomia, superação das características infantis e ressignificação das figuras parentais são alguns pontos identificados. A Organização Mundial da Saúde World Health Organization destina o período etário dos 10 aos 19 anos para definir a adolescência, etapa referida após a infância e antecedente à idade adulta. É o estágio das mudanças biológicas da puberdade, as quais são universais. O que costuma ser divergente é o período no qual a adolescência se prolonga, quando se consideram as diferenças socioculturais existentes em um determinado contexto (World Health Organization, s.n). (World Health Organization, 2021)
Um importante fator que ganha destaque nesse período é a intensificação da experiência de socialização. Nesse momento, tende-se a expandir as relações interpessoais, intensificar a participação em grupos, eleger modelos a seguir e se agregar a pares com interesses em comum. Tal processo oferece elementos e referências que, somados às experiências infantis, contribuem para a estruturação da identidade pessoal.
A socialização pode ser considerada um dos processos centrais nos agrupamentos adolescentes, pois é a partir da integração com os pares que os indivíduos se associam a padrões reguladores e estruturantes das relações externas, os quais, em convergência com as orientações culturais e as vivências pessoais, cooperam para a aquisição de um modo de ser na esfera social.
Para o psicanalista Winnicott (1982 [1965b]), a adolescência não é um problema em si, mas um período normal do desenvolvimento humano, quando se tende a estabelecer maior identificação com a sociedade e as figuras externas aos familiares, importantes para a estruturação da identidade do sujeito. Nessa fase, o adolescente é conduzido a se encarregar de responsabilidades significativas e se posicionar, podendo tanto auxiliar na perpetuação das particularidades familiares adquiridas quanto alterar ou romper com o legado familiar.
A partir disso, esta pesquisa buscou circunscrever a socialização em um contexto específico, o universo ligado ao gênero musical “rap”. O objetivo é identificar a expressão da socialização em letras de rap, refletindo seu possível desdobramento nos adolescentes das comunidades periféricas que se identificam com esse gênero musical. Importante notar que os adolescentes das periferias estão entre o público que frequentemente se identifica com as letras e o movimento cultural do hip-hop, movimento mais amplo do qual o rap é integrante. Nesse sentido, realizou-se a análise de trechos musicais de rap produzidos por cantores da cidade de São Paulo, extraindo-se excertos que apontam como a socialização pode ser vivenciada nesse cenário. O embasamento das reflexões segue o referencial teórico do psicanalista Donald Woods Winnicott, em sua teoria do amadurecimento emocional.
O rap da periferia
“RAP” é a sigla para ritmo e poesia em inglês (rhythm and poetry). Trata-se de um gênero musical que integra um movimento artístico e cultural mais amplo denominado “hip-hop”. É composto dos seguintes elementos: o cantor de rap MC (mestre de cerimônias), o DJ (disc jockey), que cria as batidas musicais, o estilo de dança break e a arte plástica do grafite.
O referido gênero musical despontou na década de 1970 no bairro do Bronx, em Nova York, região habitada predominantemente por população de baixa renda e afrodescendente. Nascido da cultura de rua dos jovens suburbanos, inicialmente tinha o intuito de proporcionar alternativas de diversão e lazer à juventude. Posteriormente, ao rap foi incorporado o caráter de crítica político-social e de divulgação das vivências cotidianas juvenis, denunciando os problemas socioeconômicos que acometiam essa população.
No Brasil, as primeiras características do rap apareceram na década de 1980, no centro da cidade de São Paulo, juntamente com a dança “break”. Nos primórdios, destacou-se o teor artístico, bem como a função de animar as festas de rua e os bailes da periferia. Depois, o cunho político veio integrar e dar força à militância em favor dos direitos sociais da população das comunidades periféricas (Contier, 2005).
Historicamente, o rap adotou o papel de instrumento instigador de reflexão acerca das desigualdades político-sociais que incidem sobre as comunidades que se encontram em vulnerabilidade social, além de divulgar e enaltecer a cultura produzida na periferia. Seu recurso estilístico se faz pela linguagem popular, pelas gírias dos “manos” das comunidades e pelo som dos aparelhos de mixagens, os quais reproduzem ao seu modo, os ruídos das periferias, a fim de expressar eloquentemente a vivência local. Pela denominação “mano”, os rappers “procuram ampliar a grande fratria dos excluídos, fazendo da consciência a arma capaz de virar o jogo da marginalização” (Kehl, 1999, p. 96). As músicas convidam a juventude periférica a se identificar com o movimento cultural, que também é político, e aderir a ele no sentido de buscar uma articulação a respeito da realidade que vive, como potencial de emancipação, mudança sociocultural e enfrentamento contra os modos de discriminação.
Na compreensão de Contier (2005), o rap, ao anunciar as facetas cotidianas dos moradores das comunidades periféricas, os problemas enfrentados, os medos e os desafios, expõe o relato das experiências reais de seus compositores, dando visibilidade às mazelas com que a sociedade nem sempre quer se deparar. Por isso, as músicas podem causar desconforto e incômodo, porque as letras também buscam traduzir a violência policial, o tráfico de drogas, a pobreza, a fome e as frequentes mortes ocorridas na periferia. A linguagem é simples, pois, em geral, fala por e para aqueles que compartilham uma mesma vivência. A linguagem é simples, em geral, fala por e para aqueles que compartilham a mesma vivência
Para além do discurso de denúncia, as canções de rap ainda evidenciam mensagens que conduzem a juventude da periferia a acreditar ser possível a construção de um futuro pessoal com uma perspectiva de vida positiva. Para Amaral (2013), os músicos rappers, ao delatarem a realidade dos moradores das comunidades, utilizam esse instrumento para alertar essa juventude sobre os riscos iminentes em decorrência das influências do mundo do crime. Com isso, instigam adolescentes e jovens a se defenderem e enfrentarem as adversidades, para não se tornarem mais um entre as expressivas taxas de homicídios dos centros urbanos. Ao mesmo tempo, há o encorajamento pelo reconhecimento da territorialidade, da cultura e das raízes que oferecem identidade a essa população.
Dessa forma, evidencia-se que o fenômeno musical do rap incide para além do caráter artístico em si, pois se torna uma prática que aciona vivências sociais reais, intimamente ligadas à postura do adolescente no mundo e à sua relação com os fatos diários da vida na comunidade. O sujeito criador da cena musical deixa de ser mero espectador para ser ativo e operante em um contexto maior, no qual os rappers despontam como relatores da periferia. Por meio de gírias, linguagem particular, sons emanados da comunidade e conversas de bares, as canções se tornam um relato verdadeiramente pessoal (Silva, 2011).
Conforme Hinkel e Maheirie (2011), o valor do rap está fundamentado na relação entre a letra, a melodia, a batida do som e o contexto no qual acontece a produção musical. É a partir da junção desses elementos que esse gênero integra a vida do adolescente periférico de modo legítimo e permite a apropriação do sentido subjetivo que as canções adquirem. A letra de rap isolada do ritmo característico descaracterizaria a esfera particular que concede o lugar social habitado por esse movimento. Ao escutarem as canções, adolescentes e jovens se sentem parte destas, pois as narrativas musicais também falam por eles, uma via de ressignificação do lugar que ocupam na sociedade que os interligam às raízes históricas e sociais, bem como ao cotidiano vivenciado.
Socialização na adolescência
Dayrell (2002) destaca a socialização como “os processos por meio dos quais os sujeitos se apropriam do social, de seus valores, de suas normas e de seus papéis, a partir de determinada posição e da representação das próprias necessidades e interesses” (p. 121). Assim, por meio da socialização, o adolescente alcança a possibilidade de expandir seu olhar perante a realidade, assim como de compreender o significado de seu meio social e de suas vivências, ao compartilhar perspectivas pessoais com o coletivo ao qual pertence.
A socialização do adolescente pode ser influenciada por diversos norteadores que tendem a transmitir modelos de comportamento, conduta e visão de mundo. A família é uma das primeiras referências da sociabilidade humana. Contudo, na adolescência, o sujeito é conduzido a romper com algumas normativas dessa instituição, para entrar em contato com demais interesses, como, por exemplo, os conjuntos de pares da escola, do bairro onde vive, os grupos de lazer e de atividades artísticas e esportivas. Desse modo, os sujeitos “tendem a incorporar atributos gerais dos grupos que integram, sobretudo características definidoras de gênero, que são bastante relevantes para a constituição de suas identidades” (Risk & Romanelli, 2008, p. 59). Então, por meio da interação com o outro e tendo como embasamento os acontecimentos pessoais, tem-se o constructo para a formação da subjetividade e da identidade adolescente/juvenil.
Winnicott (2002 [1984a]) entende que os adolescentes, ao se associarem a coletivos, parecem procurar nos demais integrantes tópicos em comum (música, gírias, roupas) para se identificarem e se afirmarem. Os adolescentes mais extremistas são aqueles que comumente atuam em nome dos demais, propiciando que os outros se sintam reais, em meio dessa fase em que não raramente transcorre a desordem interna.
Von Hohendorff et al. (2013) realizaram um estudo sobre as habilidades sociais em adolescentes. Esclareceram que as habilidades sociais se caracterizam pelos comportamentos manifestados de forma adequada dentro de um cenário interpessoal, sendo variáveis entre os indivíduos, de acordo com as características pessoais e o contexto ambiental em que estão inseridos. Tais habilidades ganham relevância e tendem a sofrer alterações e adaptações na adolescência, quando o indivíduo é incentivado a uma maior integração social, à autonomia e à autoafirmação nos contextos em que se relaciona, contribuindo para a afirmação do seu papel no âmbito social.
Flórez e Sánchez (2016) afirmam a importância da participação de jovens em grupos sociais e a respectiva contribuição desse envolvimento para a criação e a recriação de suas identidades. A reciprocidade estabelecida em organizações juvenis favorece o sentimento de pertencimento do sujeito a um contexto no qual é aceito, reconhecido e valorizado como parte integrante dentro de uma comunidade. Nesse sentido, há o fortalecimento do eu de cada indivíduo, com o favorecimento da construção de perspectivas de vida positivas.
Como possibilidades para o enriquecimento pessoal e para o desenvolvimento da socialização do adolescente, pode-se citar a participação em grupos culturais e artísticos. Em um interessante estudo, Gonçalves et al. (2012) sublinham o valor da participação de adolescentes em corporações musicais: “nos grupos musicais, os jovens encontram um espaço de socialização que os distingue socialmente e lhes permite, constantemente, a apropriação e interiorização de valores, normas e costumes adotados pelos grupos de pares” (p. 647). Pela vinculação aos grupos musicais, os jovens estabelecem uma via de inserção coletiva que promove o reconhecimento e o respeito pelo envolvimento nos grupos musicais. Além disso, esse tipo de corporação tende a estimular a criatividade, a autonomia e a projeção de vida futura dos adolescentes, que se sentem encorajados a buscarem a realização pessoal.
Pode-se destacar, ainda, alguns indicadores que apontam para possíveis fatores de proteção ou risco de problemas emocionais e comportamentais na faixa etária infanto-juvenil, associados a habilidades sociais e desempenho acadêmico. Aponta-se que o adequado desenvolvimento das competências sociais tende a impactar positivamente no processo de aprimoramento psíquico e intelectual, diminuindo os riscos de problemas emocionais e comportamentais em crianças e adolescentes (Teixeira et al., 2014). Portanto, evidencia-se a importância do estabelecimento da socialização na adolescência, como fator que favorece a inserção no âmbito cultural, facilita a construção da identidade pessoal, bem como o desenvolvimento emocional.
Método
Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório e documental que utilizou como instrumento de pesquisa letras de músicas de rap do cenário paulistano. Estabeleceu-se como critérios de inclusão a seleção de compositores que cresceram nas comunidades periféricas da cidade de São Paulo (Brasil) e se destacaram no país com significativa influência e repercussão dentro do referido gênero musical. Para tanto, fez-se uma busca em sites brasileiros especializados na cultura hip-hop e em revistas eletrônicas, com destaque para a revista Rap Nacional. Assim, localizaram-se os compositores que tiveram seus trabalhos destacados, com frequência, em notícias e reportagens: Racionais MC’s. RZO e Sabotage, da antiga geração do rap (década de 1980-1990), e Projota, Criolo e Emicida da nova geração. Por meio da discografia dos rappers e pelo índice de popularidade das músicas de cada compositor, foram elencadas as canções com alusão à temática do estudo. As canções definidas para integrar o trabalho foram: “O rap em ação”, do compositor Projota, e “Levanta e anda”, do compositor Emicida.
Pelos versos do rap Resultados e Discussão
Neste item, foram selecionados trechos musicais de rappers provenientes das periferias de São Paulo (Brasil), os quais, por meio da música, alcançaram notoriedade nacional. Ressalta-se que ambos os músicos são reconhecidos nas comunidades e considerados como importantes formadores de opinião para os adolescentes desse cenário. A partir disso, pretende-se destacar como o conceito de socialização pode ser identificado nas músicas e, assim, pensar sobre os possíveis desdobramentos perante os adolescentes ouvintes desse gênero musical, advindos do contexto das periferias.
O rap em ação (composição: Projota)
A referida música parece retratar o orgulho e a dedicação voltados ao trabalho de criação das rimas de rap (“E hoje eu tô trabalhando a milhão/ Pra botar meu trampo na rua com meu coração/ Fiz essas rima que das quais eu me orgulho”). São feitas referências às lembranças do passado, de pessoas que não reconheciam a inserção na música como uma profissão possível de ser traçada (“Sempre disseram pra eu ir trabalhar, até que eu vi que/ Esse é meu trampo”). Porém, os trechos mencionam aqueles que incentivaram o investimento no cenário musical, evidenciando a gratidão sentida para com os que apoiaram tal trajetória, considerando-os como “irmãos de mesma origem” (“Irmão, o tempo passa, viu/ Lembro os neguinho dizendo que eu era o futuro do Brasil/ No rap/ E agradeço a vocês”). É possível que tais versos evidenciem o nível de reconhecimento e consideração que se possui para com o outro, salientando a importância do reconhecimento e apoio entre os pares.
Alguns fragmentos da canção sinalizam que, apesar de terem sido vivenciadas ameaças, bem como a proximidade com a morte, sobressaiu-se a necessidade de dar continuidade ao trabalho no rap, a fim de contar a realidade da rua e da periferia nas letras musicais. Nesse sentido, o rapper assume certa responsabilidade no que se refere à mensagem a ser transmitida para quem acompanha as suas composições (“E as estatística diz que era pra eu tá morto essas hora/ Porque eu não fiquei calado, nem desencorajado/ Se eu fui ameaçado, não desviei pro lado/ Sinto que não é mais que a minha obrigação”).
Mesmo sem o apoio dos meios de comunicação para a divulgação do trabalho, presume-se ter havido perseverança quanto a esse objetivo, que culminou com o alcance de uma notoriedade na cena do rap e com um extenso número de seguidores e apoiadores que auxiliaram na propagação das produções (“As rádio não me deram apoio pra chegar nos lares/ Mas de ouvido por ouvido hoje movimento milhares”). É possível que esses excertos indiquem a satisfação sentida em se ter atingido um campo de projeção no âmbito social, na possiblidade de se ter um lugar reconhecido, fortalecendo o sentimento de pertencimento a um contexto.
Uma compreensão possível sinaliza a responsabilidade que se tem ao fazer música em nome daqueles que advêm de uma mesma realidade, de modo que compositor e ouvintes se influenciam e se estimulam mutuamente. Além disso, evidencia-se o empenho em dar voz aos reclames dessa parcela da população que, por vezes, é esquecida pela sociedade (“Que tão acompanhando com sinceridade/ E se fossem meia dúzia eu lutaria com a mesma vontade”).
Nesse sentido, é possível pensar que o rapper tende a assumir a função de porta-voz da juventude da comunidade, soldado que levanta a bandeira do universo do rap (“Tô nos ouvido dos que é mais vagabundão/ Tô dominando todos fundo de busão”). Assim, em algum grau, aparenta representar um elemento incentivador e de inspiração para os adolescentes e os jovens desse entorno, contribuindo para o sentimento de pertencimento deles a um movimento que os une e os representa.
A teoria winnicottiana aponta para a importância da expansão das figuras de referência na adolescência, para o movimento que o indivíduo faz ao se afastar das imagens familiares para se associar gradativamente a grupos e personalidades que apresentam características que admira e/ou gostaria de ter. Essa dinâmica fornece elementos para a estruturação da identidade, a qual é composta tanto dos norteadores adquiridos na infância quanto dos novos modelos integrados. Ademais, a ampliação das relações interpessoais favorece a apropriação do legado social, delineando o papel a ser ocupado pelo indivíduo no âmbito da sociedade (Winnicott, 1982 [1965b]).
Nesse aspecto, é possível que a letra da canção, em alguma medida, atue como via facilitadora para a amplitude da coletividade e da esfera cultural, vislumbrando um rol de possibilidades ligadas às expectativas pessoais e profissionais, valores e posicionamentos éticos ante a condição individual e social (“Tâmo na luta por espaço no bagulho/ Lugar pra fazer barulho, nós que o mundo já esqueceu”).
Na composição, a fratria ou irmandade do rap indica apresentar uma significativa força ao sustentar as aspirações adolescentes/juvenis e fortalecer aquilo que agrega os pares (“Os moleque balançando as cabeça sozinho são meus irmão/ Não me sinto o melhor, mas sou um deles”). Na adolescência, aos poucos os grupos podem ocupar o espaço antes povoado pelas figuras familiares, edificando um caminho a partir do qual o indivíduo tende a ser mais independente. Essa conquista é esperada na adolescência, a fim de favorecer que o indivíduo continue a se desenvolver de modo saudável, gradativamente menos subordinado às referências familiares e mais próximo de uma vida autônoma.
Para tanto, inicialmente, exige-se certa confiança no ambiente e nas figuras norteadoras para que se possa, mais tarde, empenhar-se em um percurso diferente, descobrindo as facetas do mundo objetivo e das demais relações sociais. Nessas condições, o adolescente pode se sentir mais seguro para explorar outros coletivos para além da dimensão parental, conhecendo e tendo demais experiências que somarão ao seu processo de amadurecimento, por meio do estabelecimento de identificações, mas sem a perda da sua identidade (Winnicott, 1990 [1988]).
Por fim, sobre a adolescência, Winnicott (1989 [1986b]) afirma que o adolescente saudável é imaturo, uma vez que tem a liberdade de experimentar, ousar, criar, testar o ambiente e suas capacidades. Os versos da composição em estudo sugerem certo uso dessa condição adolescente no início de carreira, ao se lançar mão de um quantum de ousadia para enfrentar os opositores que não vislumbravam no rap um futuro profissional possível. Em contraponto a isso, a música aparenta salientar que foi viável se aventurar naquilo que fazia sentido no âmbito pessoal e que oferecia satisfação em termos emocionais, estimulando essa perspectiva também nos ouvintes da canção (“Agora, escuta, sente e divide/ Tenho uma fábrica de sonhos na cabeça”).
Levanta e anda (composição: Emicida)
Esta canção descreve uma cena de vulnerabilidade vivenciada provavelmente em uma moradia com pouca estrutura e em condições insatisfatórias de salubridade, habitada por uma criança que parece assumir certa responsabilidade pelo ambiente (“Era um cômodo, incômodo, sujo como dragão de komodo/Úmido, eu homem da casa aos seis anos”). É possível que esse fragmento retrate um ambiente familiar de certo modo faltoso quanto à garantia da segurança física e emocional, com figuras adultas pouco consistentes (“mãe assume, pai some/De costume, no máximo é um sobrenome”).
Assim como na infância, na adolescência, o desprovimento de elementos familiares presentes e confiáveis tende a causar impacto negativo no desenvolvimento emocional, justamente no período em que o adolescente necessita de modelos sólidos para orientá-lo, apoiar suas tentativas autônomas e inserir limites. Quando dessa falta, é provável que alguma outra instância da sociedade ocupe tal lugar junto ao adolescente, cobrindo a omissão familiar (Winnicott, 1982 [1965b]).
Esse papel complementar à família, indiretamente pode ser associado à postura que o rapper parece adotar na música. Apesar de na letra ser feita menção a um cenário inconsistente, a canção evolui com o narrador apontando para um caminho de esperança e perseverança na possibilidade de mudanças positivas (“Levanta e anda, vai/Somos maior, nos basta só/Sonhar, seguir!”). Então, a narrativa conduzida pelo autor da canção retrata a busca por recursos pessoais que também podem servir de incentivo ao ouvinte perante o enfrentamento das dificuldades.
Em certos momentos, o discurso indica ser voltado ao público específico daqueles que compartilham de fatos próximos ao exposto na letra. Por exemplo, quando se faz uso do possessivo coletivo nas expressões “nossa esperança”, “nosso martírio” e “nossa fé”, é possível que se esteja utilizando um fundamento bastante característico do rap, o de expressar situações, sentimentos e pensamentos que são vividos pelo narrador e compartilhados com os “manos”, os pares que apreciam a canção. Esse recurso, ao fazer uso de uma linguagem peculiar aos “irmãos” da comunidade, tende a tornar mais fácil o acesso à provável ideia transmitida na canção: uma mensagem de incentivo (“Então levanta e anda, vai”).
Na composição, o uso de palavras associadas a algo coletivo remete à vivência da socialização, bem como ao sentimento de pertencimento a um território ou situação comum aos pares. Winnicott (2002 [1984a]) compreende que com frequência o adolescente se integra a grupos com características que se aproximam dos seus interesses. Em meio disso, facilmente pode ocorrer uma identificação entre os integrantes e, não raramente, um elemento se destaca como liderança ou atua pelos demais, contribuindo para legitimar as lutas e as motivações individuais no âmbito do grupo.
Uma possível análise dos excertos é que os “manos” assinalam existir um forte sentido de parceria entre si, sendo possível destacar a função do rapper como a de um líder de um grupo que convoca e apresenta uma determinada ideia aos demais, como se estivesse frente a frente dialogando, discutindo opiniões e compartilhando ensinamentos (“Então cerre os punhos, sorria/E jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazia”).
A composição também sublinha a possibilidade de ser persistente em um propósito, defrontar os problemas, resgatar objetivos, modificar o contexto penoso, segundo as possibilidades, e dar prosseguimento à luta diária (“Eu sei, sei, cansa/Quem morre ao fim do mês/Nossa grana ou nossa esperança?/ Mas eu sei que vai, que o sonho te traz/Coisas que te faz/Prosseguir”). O discurso instiga a reflexão sobre a realidade pessoal, o discernimento quanto às escolhas, no sentido de se ter autonomia no que tange à própria biografia (“Irmão, você não percebeu que você/É o único representante do seu sonho na face da Terra?/Se isso não fizer você correr, chapa/Eu não sei o que vai”). Acredita-se que o rapper, no papel de mensageiro da letra musical, anuncia os panoramas e os limites da realidade segundo a sua perspectiva, conduzindo o ouvinte a um caminho que tende a ser favorável ao seu amadurecimento emocional.
Conclusões
As letras das músicas apresentadas revelam que as canções de rap podem expressar diversas situações, mas, principalmente, abordam a realidade vivida nas comunidades periféricas, tanto evidenciando as dificuldades existentes quanto elucidando as alternativas criadas pelos seus moradores para se traçar um percurso de vida construtivo.
Uma característica verificada nas composições foi o fato de o discurso manifestado por um lado aparentar estar voltado à comunidade externa da periferia, no sentido de mostrar o cotidiano a uma parcela da população que está distante desse universo e, por outro, estar direcionado aos habitantes das comunidades, especialmente à juventude que aprecia as composições e acompanha o cenário da música rap.
Nesse sentido, em diversos momentos, a narrativa dos rappers faz menção a experiências que não são apenas individuais, mas também compartilhadas pelos “manos”, pelos “irmãos” que advêm dos bairros periféricos, fazendo uso inclusive de gírias e linguagem comum nesse entorno. Foi possível refletir que, ao se utilizarem tais recursos, os compositores têm a possibilidade de trazer os ouvintes para dentro da música, aproximar a história de cada um para algo que tenha sentido em um contexto partilhado.
Ao mesmo tempo, as letras transmitem uma mensagem significativa aos jovens periféricos, alertando-os para as problemáticas observadas no meio em que vivem e incentivando-os a adotarem uma posição ativa diante das escolhas. O estímulo é para que se apropriem da vida pessoal, efetivem mudanças consistentes em direção a perspectivas positivas e, assim, possam enfrentar o estigma comumente voltado a eles que estabelece um futuro predestinado ao fracasso.
Nesse contexto, os aspectos da socialização podem ser percebidos nos versos que ressaltam o elo que une a irmandade do rap e da periferia. Nas inquietudes e nas experiências que se cruzam e oferecem um sentimento de pertencimento dessa juventude a um grupo cujos integrantes se identificam entre si e compartilham de pontos em comum. Essa proximidade entre os pares tende a oferecer ao adolescente a segurança de integrar um coletivo do qual se sente parte, justamente quando se busca maior autonomia e se apoia em figuras de referência diferentes do âmbito familiar.
Acrescenta-se que, em alguns casos, o papel dos rappers tende a essa direção, no sentido de serem elementos norteadores complementares à família. Ainda que pela via da música, os músicos têm a possibilidade de contribuir para a experiência da socialização dos jovens que acompanham suas produções, lançando um olhar para a amplitude da esfera cultural e social.
Os rappers, em alguma medida, também sugerem ocupar a função de liderança dentro do panorama adolescente e juvenil. O fato de falarem a mesma linguagem que seus ouvintes e de terem conquistado notoriedade e êxito pessoal propicia que ocupem tal lugar. Assim, como modelos de identificação, tendem a mostrar possíveis caminhos a serem percorridos, escolhas favoráveis ao amadurecimento, colaborando para a autonomia e a organização da identidade pessoal dessa juventude.
Nessa direção, as composições mostram que não apenas os rappers estão aptos a estimularem a experiência da socialização pela via de suas músicas, mas também parecem ser conduzidos pelos seus ouvintes às vivências coletivas e a se sentirem parte da irmandade do rap, a qual é composta não só dos compositores do gênero, mas ainda da extensão de toda a comunidade jovem periférica que os incentiva a se manterem na cena musical, divulgando e apreciando seus trabalhos.
Por fim, foi possível conjecturar que a experiência cultural da música rap pode oferecer caminhos estruturantes para a vivência da socialização adolescente e juvenil periférica, abrindo perspectivas de vida positivas e com referências que estimulem a autonomia e o amadurecimento saudável.
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